Dono de Obra: Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia
Local: Gaveto da Rua Isabel Mullier de Mesquita e Rua Amadeu dos Santos
Tipo: Requalificação do Cine-teatro Eduardo Brazão
Autor do Projecto: Atelier Arquitecto Joaquim Massena, Lda.
Trabalho desenvolvido:
Execução dos projectos de estruturas e redes hidráulicas.
Breve História:
Alexandre Marta da Cruz
“Homem Notável”,
“Vindo de África, aqui se estabeleceu em 1921, sendo o principal impulsionador da construção em Valadares no início do século. Participando em todas as actividades da freguesia, construiu o Cine Teatro Eduardo Brazão, grande sala de espectáculos de Valadares cuja inauguração se fez com a actuação da companhia de Amélia Rey Colaço-Robles Monteiro. Doou o terreno onde está a sede do Orfeão de que foi membro da direcção desde a primeira hora.”
A inauguração é coroada pelo desempenho da referida Companhia de Teatro de Amélia Rey Colaço-Robles Monteiro e mais tarde, nos dias subsequentes e durante muitos anos, pela afluência dos utilizadores à Casa de Espectáculos e, da importância deste equipamento, na formação e no lazer dos Valadarenses.
Esta Casa de Cultura durante décadas funcionou aos sábados e aos domingos, com lotação esgotada, onde espectadores assíduos reservavam lugares de uma semana para a outra, mantendo-se esses lugares cativos durante meses.
Nos meados da década de 60, os seus herdeiros, porque a sala era deficitária no número de lugares que oferecia, e consequentemente não atendia todos os pedidos dos espectadores, resolveram ampliar e reformular, ajustando também esta Casa de espectáculos aos requisitos legais, que então a Legislação exigia, como também, às novas tecnologias cinematográficas que na época lhes era oferecida. Aliás de que ainda resta uma imponente máquina de projecção de filmes.
Aconteceu o indesejável!...
Com a vontade de reformular e aumentar o número de lugares surge a destruição de toda a imagem Arquitectónica do Cine Teatro, e o aparecimento de uma edificação com uma linguagem Arquitectónica que altera totalmente o existente.
Realizadas as referidas obras de ampliação e adaptação, já depois de ter falecido o seu Pai, o Cine Teatro funcionou até final dos anos 70.
A partir desta data, e com os reflexos da chegada da televisão nos anos 60, novas vivências surgiram e com elas as inevitáveis alterações no uso das casas de espectáculos, surgindo ao Cine Teatro as consequentes dificuldades financeiras por falta de uma regular utilização pelos espectadores.
Com as dificuldades financeiras, surgem também as dificuldades para a realização de obras de manutenção.
Recordam as Herdeiras que, na esperança de atenuar esta dificuldade financeira, cederam o Cine Teatro a uma entidade particular, para a exploração comercial.
Mas, o Concessionário, que nem sempre cumpriu com o contrato que foi estabelecido, pelas mesmas dificuldades na exploração, começou a rodar filmes pornográficos que contribuiu, ainda mais, para uma galopante degradação deste Equipamento, dado o ambiente que se gerava durante as exibições.
Os Herdeiros, perante este panorama desolador, resolveram colocar à venda o Cine Teatro.
A Câmara Municipal exerce o Direito de preferência, adquirindo esta Emblemática e Simbólica Casa de Espectáculos a 08 de Setembro de 1992.
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